No dia 27 de maio é lembrada a importância da Mata Atlântica na natureza. No entanto, os dados publicados hoje no Atlas de Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, feito por ONGs, SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) não trazem motivos para comemorar. A pesquisa constatou que pelo segundo ano consecutivo, a taxa de desmatamento da Mata Atlântica aumentou em 2013 e alcançou o maior índice desde 2008.
O estudo comprovou que no período de 2012 a 2013 foram perdidos cerca de 23.948 hectares , ou 239 km2 de remanescentes, pelos 17 Estados que compõem a Mata Atlântica. O fenômeno representou um aumento de 9% em relação ao período de 2011-2012, que registrou 21.977 hectares de supressão, ou diminuição das florestas.
A área desmatada equivale 150 Parques do Ibirapuera, localizado na capital paulista. Na comparação com o período anterior, foram dois parques a mais desmatados de 2012 até o ano passado. Se somados aos trechos com mais de 3 hectares (ha), restam do bioma apenas 12,5% dos 1,3 milhão de km² originais. Considerando apenas as grandes áreas remanescentes com mais de 100 há, restam somente 8,5% de vegetação original da Mata Atlântica. Em resumo, a perda total representa a extensão territorial de 12 cidades de São Paulo.
Dos estados brasileiros responsáveis pela maior perda da vegetação, Paraná, Bahia, Minas Gerais e Piauí representam juntos 91,75% do que foi desmatado.
O estado de Minas Gerais ainda lidera a lista de regiões mais devastadas pois pelo quinto ano consecutivo desmatou 8.437 hectares, embora tenha apresentado uma redução de 22% entre 2012 e 2013, na comparação com o período anterior (2011).
Diante deste impacto ambiental, as espécies de plantas e principalmente de animais que vivem na região encontram-se ameaçadas. Um estudo feito em janeiro deste ano baseado em dados do Ministério do Meio Ambiente relatou que a Mata Atlântica concentra a maior parta da fauna brasileira ameaçada de extinção.